segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Stuttgart tem 60% de cobertura verde


Cidade alemã investe desde os anos 80 em cobertura vegetal para evitar formação de ilhas de calor



Em tempos de efeito estufa, metrópoles precisam garantir a circulação e qualidade do ar. Considerada a cidade com a maior cobertura vegetal protegida da Alemanha, Stuttgart virou referência internacional no combate às ilhas de calor. A prefeitura investe desde os anos 80 em uma rede de cinturões verdes, nos quais o plano diretor proíbe edificações, que funcionam como "corredores" de vento.


Mesmo fora dos cinturões, a malha verde ladeia ruas, trilhos de trem, parques públicos e telhados de casas e edifícios, fazendo com que a cidade alcance 60% de cobertura vegetal. O principal objetivo é evitar a concentração de ar quente e de gases do efeito estufa.


Cerca de 32km dos trilhos de bonde da cidade são gramados; a iniciativa ajuda a capturar CO2 (Foto: Prefeitura de Stuttgart/Divulgação)
Capital do Estado de Baden-Württemberg, no sudoeste da Alemanha, a cidade tem cerca de 600 mil habitantes – na região metropolitana são 2,7 milhões. "Stuttgart fica em um vale; é rodeada por montanhas. Isso já dificulta naturalmente a circulação de ar, já que as serras formam barreiras que diminuem a velocidade dos ventos", explica o climatologista Ulrich Reuter, responsável pelo Departamento de Climatologia Urbana da prefeitura de Stuttgart.

O investimento em corredores e áreas verdes remonta à década de 30, quando a prefeitura começou a contratar meteorologistas para resolver o problema do aquecimento causado pela topografia. "O desenvolvimento urbano-industrial intensificou esse processo a partir da década de 70. Desde então, uma série de mapeamentos e estudos desenvolvidos pelo nosso departamento culminou em um atlas climático, que teve sua nova edição publicada em 2008", diz Reuter.
Por meio do atlas, a prefeitura conseguiu identificar as áreas edificadas que mais atrapalham a circulação de ar, para estabelecer parâmetros legais para a conservação. "A lei ambiental protege 39% da área de Stuttgart, onde são proibidas novas construções. Temos 5 mil hectares de florestas, 65 mil árvores em parques e 35 mil nas ruas, 300 mil metros quadrados de telhados verdes e 32 quilômetros de trilhos de bonde onde, a partir de 2007, foi plantada grama", afirma Reuter. Mesmo assim, segundo o Departamento de Climatologia, 6% da superfície da cidade está sujeita a stress térmico, que leva à formação de ilhas de calor, por períodos de mais de 30 dias.

Carros

Ironicamente, Stuttgart é tida como "o berço do automóvel", um dos vilões do efeito estufa. Nasceram na cidade grifes automobilísticas, como Mercedes-Benz e Porsche, e os gigantes de autopeças Bosch e Mahle.

Perto da fábrica da Porsche, no distrito de Zuffenhausen, vive o administrador de empresas Hermann Georg Braun, de 79 anos, morador de Stuttgart há 45. Ele conta que a cidade foi destruída na 2ª Guerra Mundial e a necessidade de reconstrução incentivou a lógica desenvolvimentista, cujos efeitos se fazem sentir até hoje. "Mesmo com todo esse investimento atual em infraestrutura ecológica, ainda há muito o que fazer. O desejo de reestruturar a cidade estava latente nas pessoas, a atividade industrial aumentou, e o boom da construção, principalmente a partir dos anos 70, ainda faz de Stuttgart uma das cidades com o ar mais poluído da Alemanha."

Braun é um militante da causa ambiental em seu bairro, onde organiza moradores em manifestações e cartas públicas em favor do investimento no controle climático na cidade. Um dos fatores que incentivaram a população a se mobilizar foi a alta concentração de dióxido de nitrogênio na atmosfera, detectada no fim dos anos 80. "O desenvolvimento da lógica ambiental é antigo, e caminhou junto com o desenvolvimento urbano. Mesmo assim, foram 25 anos de luta em favor das áreas verdes e os resultados só estão ganhando visibilidade agora, Sempre existiram forças políticas muito conservadoras na cidade."
O case de Stuttgart é exemplo de ação preventiva para o superaquecimento e os efeitos das mudanças climáticas nas cidades. Kobe, no Japão, utiliza a metodologia do atlas climático da cidade alemã como referência para pensar corredores e áreas verdes.
Para a professora Maria Fernanda Lemos, do mestrado em Engenharia Urbana da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, o investimento em infraestrutura verde não pode ser pensado apenas sob o ponto de vista da cobertura vegetal, mas deve incluir aspectos de construção sustentável. "Você precisa usar uma série de estratégias, da vegetação ao revestimento de edifícios, por exemplo."

No caso brasileiro, a professora acredita que Stuttgart não serve como referência direta, porque ainda não há tradição de pensar o planejamento urbano sob o viés adotado pelos alemães. "A nossa legislação ambiental é avançada, mas a escala do planejamento urbano é diferente. Precisa-se primeiro pensar no micro. Um trabalho focado em drenagem urbana, por exemplo, já seria um grande ganho", afirma, referindo-se à tragédia provocada pelas chuvas no Rio.


fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,stuttgart-tem-60-de-cobertura-verde,683174,0.htm

Entrevista - Parque Rosinha Cadar - Santo Agostinho - Belo Horizonte


Em visita ao Parque Rosinha Cadar, entrevistei o vigia do parque. Estive lá no domingo a tarde e além dele só havia uma senhora com duas crianças.

O parque está aberto ao público de terça-feira a domingo, no horário de 8:00 até as 18:00 horas.

O Daniel é  agente da guarda municipal da Prefeitura de BH, é funcionário público concursado e está trabalhando no parque há mais ou menos uns seis meses. O horário de trabalho é de 07:00 até as 19:00 horas. É ele que abre e fecha o parque (sim, o parque é inteiramente fechado por grades). O trabalho dele não está vinculado à Fundação de Parques Municipais e sim, à Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial.

Segundo ele, o local é mais freqüentado durante o horário do almoço durante os dias de semana, por pessoas que trabalham ali na região. E nos finais de semana as pessoas vem trazer o cachorro para passear. “O local é bem cuidado, tem uma equipe de três jardineiros que faz a manutenção todos os dias. Mas as pessoas quase não vem passear aqui. O parque é cheio de regras, não pode fazer isso, não pode fazer aquilo, aí o pessoal só traz os cachorros. O dia que proibirem os cachorros isso aqui vai ficar abandonado.”
 foto 01: cartaz fixado na entrada do parque com as regras para o uso do local, segundo as determinações da Fundação de Parques Municipais.
 foto 02: este é um exemplo das diversas placas "educativas" espalhadas pelo jardim que definem como o parque deve ser utilizado.
 
O local é cercado de edifício de alto padrão. Quando perguntei ao Daniel se as famílias ou mesmo as babás traziam as crianças para brincar ou tomar sol, ele respondeu: “Não posso dizer que não acontece. Sim, às vezes vêm umas crianças com os pais, alguns com as babás, mas é coisa rara. Aqui é muito frio e sombrio. Só vem o pessoal com o cachorro.”

foto 03: vista parcial do parque. a vegetação é muito densa, com árvores altas. O local é sombrio e faz muito frio.

Perguntei se aconteciam eventos no local, shows, festas, feiras, etc. Ele me disse que a maior preocupação da Fundação de Parques Municipais, é com a vegetação, com a manutenção dos jardins e não promoção de eventos e festas. Segundo ele, no dia 24/09 está previsto um evento na parte da manhã para as crianças, mas ele não sabe muito bem o que é. Ele me aconselhou a participar do evento, afirmando que seria “uma boa oportunidade de ver a praça cheia de crianças”.

domingo, 18 de setembro de 2011

High Line Park é exemplo de como o bairro se organizou para recuperar áreas degradadas

 
 Os “Amigos do High Line Park,  é grupo de cidadãos americanos que se organizou para recuperara antiga linha férrea que degradava todo o bairro, eles resolveram mudar esta história e  toda a reforma foi feita com participação da iniciativa privada.
No lugar de vagões de carga, canteiros com plantas, jardins, bancos de madeira elegantes e espreguiçadeiras, guarda-sóis, pista exclusiva para pedestres, nada de semáforos. Assim é o High Line  se tornou atração turística concorrida e exemplo mundial de urbanismo sustentável.
A extensa área verde, elevada a oito metros do chão, convive harmoniosamente com a paisagem de concreto e aço da Big Apple. O parque reúne os novaiorquinos – e turistas – que querem passear com seus filhos, ler um livro, descansar ou ainda desfrutar do local enquanto almoçam. Flores e árvores é o que não faltam e convivem com linhas concretas e retas do seu projeto arquitetônico de renovação.É possível desfrutar de uma caminhada agradável ao longo de 2,5 km de pistas em meio a natureza, que cortam 19 quadras e ligam três bairros diferentes, sem sinal de carros nem de bicicletas. O projeto que transformou em patrimônio arquitetônico a antiga linha férrea da década de 30 também tem contribuído para uma transformação meteórica do entorno. Segundo projeções da prefeitura de NY, foram investidos pelo menos dois bilhões de dólares em construção de novos hotéis, lojas, galerias de arte e restaurantes.

 

fonte1: http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/album-de-fotos/high-line-o-parque-que-cresce-sobre-trilhos-em-ny
fonte2:http://cidadequequeremos.wordpress.com/2011/08/22/high-line-park-e-exemplo-de-como-o-bairro-se-organizou-para-recuperar-areas-degradadas/

[comentário]: o projeto já é um "conhecido antigo", apesar de ser relativamente novo (2009), mas o que me chama atenção é a apropriação do espaço pelas pessoas. A proposta extrapolou o intuito de revitalização da área degradada e virou atração turística. Além promover a valorização imobiliária da área. O que me interessa são os usos do local: passear, ler um livro, descansar no horário do almoço, tomar sol nas espreguiçadeiras, passear com o cachorro.

sábado, 17 de setembro de 2011

Terminal de ônibus de São Francisco será transformado em espaço sustentável


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O terminal ônibus de São Francisco, na Califórnia, irá passar por uma reforma radical nos próximos anos. O projeto da nova Transbay Transit Center transformará a estação mais movimentada da cidade em um espaço sustentável e multifuncional para toda a população.
O projeto foi desenvolvido pelos arquitetos da Pelli Clarke Pelli Architects e fará modificações não só na parte arquitetônica, mas também na engenharia, no urbanismo e na própria rotina local. “O Transbay Transit Center será o centro de um novo bairro, um local de atividades que alimentará a vida na rua de uma forma complexa”, dizem os criadores do projeto.


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Natureza por todos os lados
Eles contaram ainda que a estrutura da fachada será inspirada no formato das árvores, com “troncos” de aço que se juntarão nas pontas formando pétalas próximas ao telhado. Mas a natureza não será representadas apenas por simulações nessa construção.
Isso porque um telhado verde de quase 22 mil metros quadrados irá cobrir toda a estrutura do terminal, formando um grande parque público. “O City Park será acessível e gratuito, com atrações e atividades completas que caracterizem um espaço urbano verde. Ele ainda será um espaço educacional de São Francisco, exibindo diversas atividades ecológicas”, afirmam.

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Para tornar o local mais sustentável, ele será alimentado por turbinas eólicas, terá um equipamento capaz esfriar o ambiente interno com o ar captado no lado de fora, utilizará a energia geotérmica para regular a temperatura e reciclará a água cinza produzida no local.

O projeto, avaliado em US$4 bilhões, recebeu recentemente um incentivo de US$ 171 milhões do Transportation Infrastructure Finance and Innovation Act (TIFIA). Essa verba será utilizada na primeira fase do projeto, que irá substituir o terminal de ônibus existente. A previsão é de que o Transbay Tower fique pronto até 2014.

Veja o vídeo do projeto:




 fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/terminal-de-onibus-de-sao-francisco-sera




[comentário]: é muito difícil fazer um comentário com alguma critica a este projeto. Assistindo o video o projeto parece perfeito: tecnologia de ponta, propostas sustentáveis, integração dos sistemas de transporte público, facilitanto a circulação de pessoas, mescla atividades de lazer com o comércio, propiciando diversas possibilidades de usos ao local. Tudo muito limpo, organizado e civilizado. Realmente é um projeto "ideal".

domingo, 11 de setembro de 2011

Preservar as árvores para conservar as sombras

Em dias de calor intenso, como hoje, ao andar pelas ruas normalmente as pessoas reclamam do calor e do excesso de sol. A Fundação Amazonas Sustentável criou uma campanha para alertar a população para a questão da falta de árvores nos grandes centros urbanos.

Poucas pessoas se dão conta de que se as árvores estivessem intactas e não fossem eliminadas simplesmente para dar lugar a projetos urbanos, a qualidade de vida e o bem estar também estaria presentes nesses momentos de desconforto.

A agência de publicidade Mood criou uma maneira de surpreender a população com uma atitude bem simples. Veja as imagens da campanha:



Dessa forma as pessoas se confrontam com o problema de forma efetiva. Os adesivos foram espalhados pelas ruas de São Paulo próximos à árvores que foram cortadas.
 


fonte: http://pensandoverde.blogtv.uol.com.br


[comentário]: achei muito interessante a iniciativa. é uma forma mais direta de mostrar para as pessoas que pequenas atitudes pode fazer a diferença. Falar sobre desmatamento na cidade, cria a sensação de algo muito distante da realidade dos moradores dos centros urbanos. Parece algo que só ocorre lá na Amazônia, ou seja, uma realidade muito distante. A campanha mostra que é nos centros urbanos que é preciso manter as arvores e preservar as sombras, e consequentemente, criando micro-climas mais confortáveis.